Método Mckenzie®

Robin McKenzie foi o fisioterapeuta mais influente de toda a história da fisioterapia ortopédica, segundo pesquisa feita pela Associação Americana de Fisioterapia. Recebeu inúmeros prêmios de comunidades médicas e científicas em todo mundo, foi reconhecido internacionalmente como autoridade no diagnóstico e tratamento de problemas na coluna. Em 1956 criou uma nova teoria e desenvolveu o Método McKenzie® de Diagnóstico e Terapia Mecânica (MDT), um método exclusivo de avaliação, tratamento e prevenção. Em 1982, Robin fundou o Instituto McKenzie Internacional (www.mckenziemdt.org) que é uma instituição sem fins lucrativos, ao reinvestir os fundos em ensino e pesquisas na área. Além disso, recebeu o título de membro honorário vitalício das mais importantes sociedades e associações de fisioterapia e coluna do mundo, em “reconhecimento aos notáveis e meritórios serviços prestados à ciência e ao bem-estar da humanidade”.

Durante as festividades do aniversário da rainha no ano de 1990, tornou-se Oficial da Excelentíssima Ordem do Império Britânico. Nas festividades de ano novo de 2000, sua Majestade a Rainha Elizabeth II nomeou Robin McKenzie Companheiro da Ordem do Mérito da Nova Zelândia. Robin McKenzie foi autor de seis livros. Três deles foram escritos para os pacientes, com o intuito de ensiná-los como cuidar da própria coluna, como endireita-la e como prevenir recorrências. O livro “Trate Você Mesmo Sua Coluna” já vendeu mais de três milhões de cópias em todo o mundo.

Este é o livro sobre coluna vertebral de maior vendagem em todo o mundo. Assim como “Trate Você Mesmo Seu Pescoço” que aborda o assunto específico é também o mais vendido, já foi traduzido para 18 idiomas e vendeu mais de um milhão de cópias. Os outros livros foram escritos para profissionais de saúde, todos embasados em dados clínicos e científicos.

História

O Método McKenzie® de Diagnóstico e Terapia Mecânica (MDT) é uma abordagem abrangente de coluna vertebral e extremidades (articulações, tendões, músculos) baseadas em princípios bem estabelecidos, que quando bem aplicados e compreendidos levam a um diagnóstico mecânico preciso o qual determina o tratamento específico para cada paciente.

Nos Estados Unidos, no Reino Unido, na Irlanda e na Nova Zelândia, o Método McKenzie® é o preferido pelos fisioterapeutas no tratamento de problemas da coluna. E, em vários países, já é recomendado como a primeira escolha para tratamento de problemas musculoesqueléticos.

O Método McKenzie® não é baseado na patologia (modelo médico) e sim no comportamento da lesão a estratégias de carga (modelo mecânico). Pacientes diferentes, com o mesmo diagnóstico clínico (ex. lombalgia) ou com um exame de imagem muito parecido, podem ter tratamentos diferentes, pois esse será adequado à avaliação mecânica individual.

Fisioterapeutas bem treinados no Método McKenzie® são capazes de identificar, entre os casos mais difíceis, os pacientes que necessitam de técnicas avançadas MDT e aqueles cujo diagnóstico é de origem não mecânica e encaminha-los a outras opções de tratamento. É uma avaliação segura, pois primeiramente exclui indícios de afecções graves da coluna vertebral.

“A palavra chave do MDT é educação. De fato, toda a abordagem desse sistema de Diagnóstico e Terapia Mecânica é baseada na educação – educação sobre as causas, educação sobre exercício e postura e, é claro, educação sobre prevenção”. Os pacientes recebem explicações e informações sobre seu problema, de acordo com a avaliação mecânica levando em consideração suas preocupações e necessidades, e também entendem o papel do(s) exercício(s) na restauração da mobilidade normal, assim como recebem esclarecimentos quanto a movimentos e posturas adequados a seu estilo de vida, a fim de acelerar a recuperação, prevenir reincidências e oferecer independência funcional a eles.

Existe também o componente de terapia mecânica ativa onde o paciente é orientado para fazer os exercícios específicos ao seu problema, aprende correção postural adequada à sua condição (consciência postural), e tudo mais que possa apresentar efeito terapêutico direto. Além disso, aprendem a evitar, durante o tratamento, movimentos e posturas que pioram sua condição e atrasam a recuperação total. Estes princípios de tratamento, de educação e envolvimento ativo do paciente tendem a diminuir significativamente o número de visitas à clínica.

Está comprovado, que a maioria dos pacientes, quando bem orientados é capaz de se tratar com sucesso. Porém para casos mais complexos, podem ser necessárias técnicas mais avançadas de terapia manual (mobilização/manipulação) para acelerar o processo de recuperação.

O Método McKenzie® é fundamentado em achar uma relação de causa e efeito entre as posições que o paciente usualmente assume assentado, em pé ou durante o movimento, e ocorrência da dor como consequência das mesmas. A abordagem terapêutica requer que o paciente execute uma série de movimentos e atividades que testam e indicam a resposta do paciente à dor. Essa informação é usada para desenvolver um protocolo de exercícios planejados com o objetivo de centralizar ou aliviar a dor.

Indicações

Dor na região lombar (lombalgia) com ou sem irradiação para as pernas (ciática) que piora em determinadas posições como ficar sentado por muito tempo, abaixar e inclinar o corpo, andar ou fazer atividades físicas e que está atrapalhando o seu dia a dia. Em muitos desses casos o diagnóstico médico apontou para hérnia de disco ou protrusão discal em um ou mais níveis da coluna lombar, artrose, estenose de canal e alterações degenerativas;
Dor no pescoço (coluna cervical) com ou sem irradiação para os ombros e braços (cervicalgia, cervicobraquialgia) que atrapalha a movimentação da cabeça no seu dia a dia como ao virar a cabeça para atravessar uma rua ou dirigindo, ao olhar para cima ou abaixar a cabeça. Você também pode se sentir pior ao ficar sentado muito tempo, seja na frente do computador ou da TV e ao usar tablets ou smartfones. Até mesmo a posição deitada pode ser desconfortável. Em muitos desses casos o diagnóstico médico aponta para artrose, desidratação ou protrusão discal, hérnia de disco, estenose de canal ou contratura muscular;
Dor no joelho, muitas vezes pior para subir e descer escadas, caminhar, correr ou apenas ficar muito tempo sentado como no cinema ou teatro. É frequente a interrupção da atividade física, limitando seu dia a dia e seu lazer. O diagnóstico médico aponta, muitas vezes, para desgaste, artrose, condromalácia patelar, lesão no menisco ou tendinite;
Dor no ombro que dificulta a movimentação. Movimentos simples como levantar o braço, colocar a mão nas costas para prender o sutiã e abrir uma porta ficam dolorosos. Muitas vezes até mesmo deitar em cima do braço é doloroso, atrapalhando o descanso. Tendinite, bursite, artrose, síndrome do impacto, capsulite adesiva (ombro congelado) e tendinite calcária são diagnósticos comuns;
Dor no cotovelo dificultando a movimentação do braço, punho e mãos e atividades do dia a dia como digitar, segurar objetos, fazer força com a mão e praticar esportes. Os diagnósticos comuns são epicondilite e tendinite;
Dor no tornozelo dificultando o caminhar, subir e descer escadas e praticar esportes. Muitas vezes a pessoa torceu o pé (entorse de tornozelo), mas mesmo após o tratamento proposto, ainda encontra dificuldade para movimentar o pé adequadamente e retornar às atividades físicas;
Dores causadas por problemas como fascite plantar, joanete, dedo em gatilho, pubalgia, ou tenossinovite;
Dor de cabeça (cefaleia) sentida na base do pescoço (nuca) ou no fundo dos olhos, testa e face.

Avaliação

A avaliação do Método McKenzie® é padronizada, exclusiva e bem definida. A partir de achados objetivos da história do comportamento da dor e das respostas sintomáticas e mecânicas ao exame físico leva a uma classificação simples (diagnóstico mecânico). Permite identificar e tratar a causa do sintoma – a origem do problema.

Com frequência são apresentadas dificuldades quando se busca identificar a causa da dor por meio de diagnóstico por imagem (RX, ressonância magnética, tomografia). É comum encontrar pacientes com dor, mas com exame de imagem “normal”, assim como, pacientes com achados de anormalidades totalmente assintomáticos. A avaliação mecânica de McKenzie pode ser mais precisa que esses exames.

A maioria dos pacientes com dor na coluna apresenta durante a avaliação uma direção de movimento que faz a dor diminuir, abolir ou se for irradiada, deslocar-se em direção à linha média e central da coluna. Por exemplo, se a dor é sentida nas costas e desce pela perna ela – durante um movimento específico – começa a se mover em direção ao centro da coluna e pode ser totalmente eliminada. Esse fenômeno clínico é chamado de Centralização da dor e tem um importante significado clínico – identifica o gerador da dor e indica bom prognóstico, sucesso terapêutico.

Fisioterapeutas bem treinados no Método McKenzie® são capazes de identificar, entre os casos mais difíceis, os pacientes que necessitam de técnicas avançadas MDT e aqueles cujo diagnóstico é de origem não-mecânica e encaminha-los a outras opções de tratamento. É uma avaliação segura, pois primeiramente exclui indícios de afecções graves da coluna vertebral.

Terapia Mecânica

“A palavra chave do MDT é educação. De fato, toda a abordagem desse sistema de Diagnóstico e Terapia Mecânica é baseada na educação – educação sobre as causas, educação sobre exercício e postura e, é claro, educação sobre prevenção” Robin McKenzie, 2001.

Os pacientes recebem explicações e informações sobre seu problema, de acordo com a avaliação mecânica levando em consideração suas preocupações e necessidades, e também entendem o papel do(s) exercício(s) na restauração da mobilidade normal, assim como recebem esclarecimentos quanto a movimentos e posturas adequados a seu estilo de vida, a fim de acelerar a recuperação, prevenir reincidências e oferecer independência funcional a eles.

Existe também o componente de terapia mecânica ativa onde o paciente é orientado para fazer os exercícios específicos ao seu problema, aprende correção postural adequada à sua condição (consciência postural), e tudo mais que possa apresentar efeito terapêutico direto. Além disso, aprendem a evitar, durante o tratamento, movimentos e posturas que pioram sua condição e atrasam a recuperação total.

A abordagem segundo o Método McKenzie® pode ser dividida em 3 etapas: avaliação, tratamento e prevenção.

A avaliação baseia-se no registo de uma relação consistente de causa-efeito, tanto a partir da história do comportamento da dor, quanto da resposta da dor ao teste de movimentos repetidos e posições mantidas. Aplicando uma progressão sistemática de forças mecânicas (causa), o fisioterapeuta utiliza a resposta da dor (efeito) para monitorizar as alterações no movimento e na função. O distúrbio subjacente pode então ser identificado rapidamente através dos achados objetivos do exame de cada paciente.

O tratamento McKenzie compreende a definição, implementação e supervisão das estratégias a serem aplicadas a cada caso específico.

Os achados da história e do exame físico permitem enquadrar o paciente numa das síndromes mecânicas ou num diagnóstico não-mecânico. A partir dessa classificação, é definido o princípio de tratamento, ou seja, a direção da força a ser utilizada: flexão, extensão ou desvio lateral. Cada princípio de tratamento é aplicado seguindo uma progressão de forças geradas inicialmente pelo paciente e, se necessário, pelo terapeuta.

A resposta sintomática mais comum e significativa é a Centralização, fenómeno em que a dor irradiada, originária da coluna, regride progressivamente em direção à linha média da coluna e é eliminada, em resposta à aplicação deliberada de estratégias de carga.

A centralização indica a chamada “direção de preferência”, ou seja, aquela em que se deve aplicar o movimento terapêutico. Esse movimento pode ser flexão, extensão, inclinação lateral ou rotação, ou uma combinação destes.

O Diagnóstico Mecânico de McKenzie, determinado a partir da avaliação, classifica os pacientes com apresentações mecânicas similares em subgrupos bem definidos (síndromes) para determinar o tratamento adequado. McKenzie identificou três síndromes mecânicas a que chamou:

Síndrome de Desarranjo – deformação mecânica causada por ruptura anatómica ou deslocamento dentro do segmento do movimento, resultando em dor e limitação funcional;
Síndrome de Disfunção – deformação mecânica de tecidos moles limitados estruturalmente (cicatriz, fibrose, aderência, encurtamento adaptativo) causando dor e limitação funcional;
Síndrome Postural – deformação mecânica de tecidos moles normais causada por stress postural prolongado e resultando em dor.

Cada síndrome é abordada de acordo com a sua natureza única, com procedimentos mecânicos específicos, utilizando movimentos repetidos e posições mantidas. A Síndrome de Desarranjo, em que o fenômeno da Centralização ocorre, é a mais comum.

A abordagem McKenzie enfatiza a educação e o envolvimento ativo do paciente. O componente educacional dá ao paciente informação sobre o seu problema, de acordo com suas preocupações e necessidades; e sobre o papel que o exercício tem na restauração da função normal. No componente de terapia mecânica ativa, ensina-se ao paciente como fazer os exercícios específicos, as posições e as correções da postura estática e dinâmica que se mostraram, durante a avaliação mecânica, como tendo efeito terapêutico direto. Os pacientes também aprendem a evitar, durante o tratamento, os movimentos, posturas e atividades que claramente pioram a sua condição.

Para problemas mais complexos, o autotratamento pode não ser suficiente. Nesse caso, o fisioterapeuta aplica técnicas complementares ao Método McKenzie® (terapia manual) para acelerar o processo de recuperação.

Estes princípios de tratamento, de educação e envolvimento ativo do paciente tendem a diminuir significativamente o número de visitas à clínica – sessões de tratamento.

Está comprovado, que a maioria dos pacientes, quando bem orientados é capaz de se tratar com sucesso. Porém para casos mais complexos, podem ser necessárias técnicas mais avançadas de terapia manual (mobilização/manipulação) para acelerar o processo de recuperação.

O MDT não visa apenas à solução dos problemas atuais, mas também a prevenção em longo prazo das reincidências. Portanto, é parte essencial do Método McKenzie® educar e estimular o paciente para melhorar a habilidade de se cuidar prevenindo e/ou diminuído o número de novos episódios de dor e/ou a duração e intensidade dessas crises, reduzindo assim a necessidade de procurar tratamento e interromper suas atividades de vida no futuro.

Vantagens

Método biopsicossocial – visa o envolvimento ativo do paciente, ao educá-lo, estimulá-lo e capacitá-lo com estratégias de enfrentamento para problemas atuais e futuros;
Avaliação clínica segura;
Pode ser aplicado em qualquer estágio (agudo, subagudo e crônico) de problemas musculoesqueléticos – coluna, articulações, músculos e tendões;
Permite identificar os pacientes respondedores e não respondedores ao tratamento mecânico – evitando desperdício de tempo em tratamento inadequado e/ou cirurgias desnecessárias;
Identificam pacientes que podem ser orientados a se tornar independentes e aqueles que necessitarão de técnicas manuais (apenas cerca de 30% dos pacientes necessitam de técnicas do terapeuta);
Possui estratégias para diminuir as reincidências e gravidade dos problemas futuros;
Assegura que o paciente receba um tratamento com melhor custo-benefício;
Atuam em todos os níveis de atenção à saúde prevenção, tratamento e recuperação funcional.